Casa Anne Frank - Amsterdam
Se os
tijolos tivessem o poder de contar as histórias que já presenciaram, certamente
as paredes da casa situada no canal Prinsengracht, número 263, no centro de Amsterdã
falariam por dias, semanas e anos a fio. Isso porque nessa localidade, mais
especificamente no anexo deste prédio, durante o período da segunda guerra
mundial se esconderam os 8 membros da família Frank, sendo o mais celebre deles
a pequena Anne Frank, na época com apenas 13 anos.
Durante
um período de pouco mais de 2 anos em que a família se escondeu no pequeno apartamento
do último andar, a pré-adolescente alemã de origem judaica, relatou em um livro
as histórias do cotidiano da família, seus horrores, pensamentos e temores. As
páginas deste manuscrito ficaram mundialmente famosas no século XX após serem
publicadas sob o título de O diário de Anne Frank, em 1947.
Com a
publicação o mundo pôde conhecer mais a fundo os terrores da invasão nazista e
sua disseminação de sentimentos de ódio e antissemitas na Holanda. As palavras
deste livro serviram como base para diversos documentários, filmes e peças
teatrais, aguçando assim a curiosidade do grande público sobre as condições de
vida da família. O diário é largamente utilizado como uma introdução
acessível ao ensino de temas históricos como Holocausto e a Segunda Guerra
Mundial.
Em 03 de
maio de 1957 parte da curiosidade mundial foi saciada ao ser fundado o museu
Casa da Anne Frank, no mesmo prédio onde a família se refugiou, o museu foi
aberto ao público em 1960, após algumas reformas.
Escadas estreitas e espaços apertados essa é a
melhor definição para o espaço físico do local, o apartamento está escondido
atrás de uma pesada estante de livros, localiza-se na parte dos fundos do edifício.
Para que os visitantes e curiosos possam acessar o anexo se faz necessário
caminhar pelo primeiro apartamento da família, que é constituído por dois
quartos, uma sala grande e uma pequena. A partir desta sala menor é por onde se
tem acesso ao esconderijo dos Frank’s, apenas quatro funcionários da Opekta (empresa
que está licenciada para vender pectina, tipo de fibra solúvel encontrada
nas frutas e vegetais capaz de formar um tipo de gel viscoso,
característico das geleias. Essa era a empresa de Otto Frank, pai de
Anne) sabiam da real localização da família e os ajudavam a sobreviver, trazendo
alimentos e assegurando seu anonimato.
O museu
foi um grande sucesso desde os primeiros dias, em 2007 o local alcançou a meta
de mais de meio milhão de visitantes, em sua maioria estrangeiros, uma vez que
uma visita à cidade não estaria completa sem um passeio por essa triste história.
O local vem sendo modernizado ao longo dos anos, e ganhou telas planas onde os
visitantes podem assistir pequenos documentários sobre a ocupação nazista nos
Países Baixos, trechos de filmes de Hollywood, há ainda uma estatueta do Oscar e
uma grande quantidade de fotografias da época em exposição.
O local
foi conservado o mais próximo possível do original, ou seja, o apartamento e o esconderijo
dos Franks só podem ser acessados por escadas já que não há elevadores, o que torna
impossível a visita de turistas com problemas de mobilidade. A casa está em sua
maior parte vazia, os cômodos não têm mais mobília, o único que ainda possui
algo é o pequeno quarto que nos leva ao esconderijo. Outro quesito que deixa
muitos turistas do século XXI chateados é a completa proibição de tirar
fotografias no local, somente na parte externa do prédio é permitido fotografar
e fazer selfies, onde há uma enorme e simples placa onde diz: “ANNE FRANK HUIS”.
O local
está aberto diariamente das 9h às 22h, de 1º de abril a 31 de outubro, das
9h às 19h de 1º de novembro a 31 de março.
POR: VICTOR GALE