Turista X Viajante
Turista e viajante são
duas palavras que costumavam ter o mesmo significado, mas assumiram duas
identidades completamente diferentes nos últimos anos. Vamos ajudar vocês a compreenderem a definição
e a diferença entre essas palavras.
EXPERIMENTANDO X VENDO
Se você é um turista, provavelmente seu perfil do Instagram é
cheio de selfies em frente a locais e
monumentos icônicos. Sua viagem precisa de pouca explicação já que suas fotos
dizem tudo. Você viu todos os pontos turísticos mais famosos e fotografou-os.
Se você é
viajante têm histórias, aventuras, revelações e sentimentos que não podem ser
transmitidos através de uma ou duas fotos. Suas fotografias focam o monumento.
Os comentários vão muito além de um emoji,
eles exprimem sentimento.
Entenda, o turista viu a Torre Eiffel (França), retratou-se com ela e foi até seu topo. O
viajante organizou um piquenique no Champ de Mars (Parque em frente ao monumento), com comidas típicas e música da Edith Piaf
e se maravilhou com as curvas da dama de ferro e retratou-a por vários ângulos.
MISTURANDO-SE X DESTACANDO-SE
Se você se veste
e age como um turista, você provavelmente será tratado como um. O único
resultado de pendurar uma câmera na jugular, segurar um mapa e andar empurrando
todos a sua frente é chamar a atenção de ladrões, batedores de carteira e enganadores.
Esse tipo de atitude quando se está no exterior pode não ser uma coisa boa. Roupas muito curtas ou muito justas, posses forçadas e gritaria podem ser uma ofensa às normas culturais de seu destino e isso é uma má escolha.
Um viajante
geralmente tenta se misturar, mostrando respeito e empatia pela população
local. Provando desta forma, a autenticidade do país e os hábitos locais.
PROVAR X COMER
Se as
suas experiências culinárias do início ao fim da viagem são somente o que o
hotel pode oferecer, você está perdendo a vivência de um verdadeiro viajante. O
turista se concentra mais na praticidade, preço e popularidade quando se trata
de alimentos, optando sempre por uma lanchonete mundialmente famosa.
Se você está
em Roma faça como os romanos - Essa é a filosofia de um viajante. Ele tenta
provar de tudo um pouco, em restaurante, em barraquinhas de rua, em
supermercados e assim consegue comparar as diferenças de sabores, texturas,
temperos e formas de cocção.
Se você está
viajando, então, você tem que sair do comum e provar os típicos pastéis de nata
em Portugal, tem que se perder com a infinidade de opções de sabores do Gelato italiano, tem que se arriscar e
provar o autêntico Kebab na Turquia.
Comer deve ser
mais do que um mal necessário, quando você está no exterior provar os pratos
autênticos só irá enriquecer sua experiência.
RISCOS X SEGURANÇA
Guias auxiliam
e muito na hora do planejamento, na sintonização para ajudar a ter noções
básicas do que fazer, ver, provar e conhecer. Eles são úteis tanto para
turistas quanto para viajantes. A principal diferença é como esse é utilizado.
Se você é
turista, então, planeja suas férias inteiras com base nas recomendações de
guias e de conhecidos que já visitaram o local revivendo assim a viagem deles,
a experiência deles e recriando suas memórias.
Um turista segue
as recomendações alheias à risca, vai naquele restaurante e visita o básico da
cidade e regressa a sua residência sem ter experimentado a adrenalina de sair
de sua zona de conforto.
Já um viajante
compreende que ter noções básicas sobre as cidades é primordial, mas ele também
sabe que alguns riscos devem ser tomados. Sair um pouco do circuito de senso
comum é essencial para eles, que querem aproveitar os dois lados, o cultural e
o turístico.
Realmente, ser viajante é como brincar de roleta russa, é
pura sorte, mas as experiências são incríveis, os achados são indescritíveis e
a emoção é incomparável.
BUGIGANGAS X TESOUROS
Turistas ficam
loucamente deslumbrados em lojas de lembrancinhas e querem comprar de tudo
chaveiros, imãs, camisetas e muito mais.
E não se importam se é algo típico ou não, tão pouco se aquele item é
útil. Vale ressaltar que itens como esses são, em sua maioria, fabricados na
China. Este tipo de objeto só acumulará pó em suas prateleiras e logo serão
esquecidos dentro de uma caixa no guarda-roupas, já que não se traduzem em
memórias.
Enquanto isso o viajante se concentra em itens
autênticos, objetos de decoração e de uso pessoal que duraram uma vida e que
lhe proporcionam recordações. Itens como uma legítima jaqueta de couro
marroquino, um retrato de Montmartre pintado por um artista local, um vaso
moldado à mão por artesões colombianos.
EXCESSO X NECESSÁRIO
O turista quer colocar tudo que tem no guarda-roupas dentro
da mala de viagem, sempre com a desculpa de que “isso combina com aquilo, mas
aquele combina mais com o outro” ou então “E se o tempo mudar de repente?”. São
quilos e quilos de roupas, sapatos, acessórios e maquiagens que são inúteis, e
que com certeza ele não utilizar nem a metade disso.
Já o viajante
prepara sua bagagem somente com o básico, fazendo com que tudo o que ele
carregue na bagagem combine entre si e, é claro, ele confere a previsão do
tempo antes de começar a montar a mala, carregando somente o extremamente
essencial e sempre reserva um bom espaço para suas compras.
VAGUEAR X ANDAR
Enquanto o
turista perde grande parte de seu dia em filas e locais abarrotados de outros
turistas, o viajante antecipa-se e compra seus ingressos on-line (na internet), e pesquisa quais os períodos mais calmos das
atrações que pretende visitar, para assim otimizar seu tempo e ter a
possibilidade de realizar outras atividades.
Grande parte
da alegria de viajar encontra-se no desconhecido e se você estiver constantemente
preso a um mapa, você está desperdiçando todo seu tempo, pulando de um local
para outro sem aproveitar nada no percurso. O melhor da viagem está no se perder e os viajantes
sabem muito bem isso. Eles deixam seus mapas voarem para longe.
Enquanto turistas perdem seu tempo em filas intermináveis o viajante já
visitou a atração em um horário alternativo e está descobrindo aquela rua
lateral que esconde a melhor vista panorâmica de Barcelona ou aquele
restaurante que somente os locais frequentam.
Por: Victor Gale